2 de outubro de 2013
Fiz um negócio... há uns tempos.
As filhotas (e, na verdade, o pai) andavam com vontade de fraldas, chupetas e noites sem dormir.
Vai daí, decidem começar a "chagar-me" para um (ou dois - isso, então, seria bestial! - para eles, claro!) babys...
A "pressão" durou meses, por parte das princesas. Queriam um nenuco real para brincar. Se fossem dois, então seria PERFEITO! Um para cada uma...
Passaram semanas a pedirem para darmos beijinhos (santa inocência!) porque queriam um mano ou mana... "Então? Vocês não se beijam? Andem lá!"
Eu, que sempre disse que só iria ter UM filho. Eu que (felizmente) fui abençoada com duas (que é para aprender a estar calada e não achar que controlo tudo), e pensei "pronto! Deus é que sabe e decidiu que ías ter 2 - de uma vez, que é para não te armares em espertinha"... e "decidi" que ficávamos por aqui.
Tinha uma ânsia enorme de dar todo o meu amor, tudo de mim, às minhas filhas. De me dedicar a 100% (às vezes, quase sempre, a 200%) a elas e que achava que não podia/devia ter mais filhos. Não tinha esse "direito" porque ía estar a "roubar" atenção, mimos e conforto às minhas princesas. Um medo que me acompanhou durante todo o crescimento delas. Queria (e quero) que se sintam especiais, amadas, sempre acompanhadas... mas fi-lo em exagero. Hoje sei disso. Na altura (e até há pouco tempo atrás) não sabia. Por isso, não queria mais filhos. Elas chegavam-me. E queria que elas me tivessem todinha só para elas. O medo de virem os ciúmes... o medo de se sentirem em 2º plano com a vinda de um bebé... enfim! Eu sei. Podem chamar-me todos os nomes em que estão a pensar. É uma ideia estúpida, palerma, sem sentido.
Mas eu ERA assim. Eu PENSAVA assim. Eu SENTIA assim.
E mesmo assim, aqui me confesso, cheguei a vacilar. Cheguei a começar a sentir o bichinho da maternidade novamente em mim... a vontade de ter uma super-barriga outra vez. De ter um(a) (ou dois) pequerrucho(s) nos braços - aqueles mimos e momentos que tive com as minhas princesas em bebé, e de que tantas saudades tenho. Adorei estar grávida (gorda, enorme, inchada - mas a sentir-me a mulher mais bonita do mundo!), adorei ser mãe, desde o 1º segundo, sem receio de tratar delas, disposta (e exigindo) a ser eu a fazer tudo desde o 1º dia! Adorei estar com elas em casa, 9 meses inteirinhos, dedicada SÓ a elas! E tudo isto, com tanta pressão, começou a deixar-me com "desejos" de ser mãe outra vez... comecei a pensar no assunto.
Mas fui atacada pelo lado racional - as coisas não estão fáceis. Estamos em "tanga" há séculos... num esforço tremendo e uma ginástica financeira inacreditável (digna de Jogos Olímpicos!)... Como é que eu podia pensar em ter outro filho? Como esticar ainda mais a corda para dar tudo o que dei e dou às minhas princesas? Financeiramente, iria ser um rombo... nos 1ºs meses, o dinheirão em fraldas, toalhitas, leites, etc... nos seguintes, mais uma mensalidade de colégio a pagar... Depois, ainda por cima, corro sérios riscos de voltar a engravidar de gémeos! Então, todas as despesas, a duplicar!
Depois, comecei a lembrar-me das noites sem dormir... de andar "meia grogue", sem ter bem a noção das horas do dia e da noite... Comecei a pensar que hoje em dia vou com elas para qualquer lado e elas já andam e correm sozinhas... são autónomas em tanta coisa... ter que voltar ao início outra vez?! Ai!... Se calhar ía ser uma canseira. Provavelmente, estava a ser tonta em sequer ponderar a hipótese de mais um baby (ou 2)... o desejo começou a diminuir... ou melhor, a ser "esmagado", "calado", "contido" por estas considerações racionais. Eu própria a convencer-me que seria uma loucura.
Foi então que fiz um negócio: um cãozinho em troca do pedido de bebés! Arranjávamos (mais um) cãozinho, pequenino, do qual elas iriam cuidar, dar colinho e miminhos... e deixavam de pedir bebés!
"Mas porquê?", ainda perguntaram. Ora, porquê... porque tenho 2 filhas e passamos a ter 2 cães. Já chega! Não cabe mais ninguém cá em casa!
Negócio fechado!
Já temos o 2º cãozinho, que acabou por ser uma cadela... é bebé (tem 2 meses e meio) e... NÃO ME DEIXA DORMIR DE NOITE! (Podem rir-se à vontade... até eu me rio.) Quer companhia. Chora, ladra, uiva! Às 3h, 4h, 5h da manhã...
Para não perturbar o sono das meninas, tenho sido eu e o pai a ocuparmo-nos desta tarefa noturna. Mas o pai esgotou a paciência! Quando está com sono, quando o acordam, fica "transtornado"... então, agora sobrou só para mim!
Quis "libertar-me" de um bebé... e arranjei uma bebé chorona, que só está bem com companhia! Hoje tive que dormir no sofá, para que a "senhora" Baixinha se calasse e ficasse a dormir - das 3h às 7h!
Começo a questionar a escolha que fiz... ou isto muda, ou a "cachopa" nova se habitua e começa a entrar nos ritmos cá de casa, ou damos em malucos! De certeza!
Conhecem o nome de algum santo dos cães? A ver se faço uma rezinha pela minha "bebé"! Pleeeeaaaase!