Tempo de balanço

Ora cá estamos, já em 2014.

Tenho sentimentos mistos relativamente ao ano que passou... por tendência digo que "foi mau e só quero que 2014 seja melhor".
E foi mau? Mesmo?
Foi.
Um ano de cortes financeiros atrás de cortes financeiros... sempre a apertar cada vez mais o cinto, e sempre a achar que cada vez mais nos sobra mais mês antes do fim do dinheiro. Mas isto é (quase) geral, certo?
2013 foi um ano marcante, para mim... de descoberta, de caminhada pessoal. Mas doeu. Tem vindo a doer.
Mas com ganhos. Indubitavelmente.
Foi o ano em que entrei em Burn Out: estourei, por assim dizer, e caí fundo... mas levantei-me! A queda foi dura e deixou mazelas. Obrigou a rever toda a vida, todos os padrões de pensamento e sentimento que me fazem ser o que sou (ou o que era).
E o processo foi, no entanto, contraditório em muitos aspetos:

  • lidar com o facto de que as características que faziam de mim uma orgulhosa super-mãe, eram as mesmas que me causavam dor, ansiedade, sofrimento e exaustão, devido ao que estava na base de tudo
  • resolver o meu sofrimento pelo confronto com factos dos quais fugia há anos, precisamente para não sofrer
  • eu, miss assertiva, encarar a minha falta de assertividade em tantos aspetos da minha vida
  • tomar consciência que, apesar de me considerar extrovertida, dinâmica, líder... o era por MEDO
  • perceber e reconhecer que toda a minha eficácia, vontade de ajudar os outros, disponibilidade constante, não advém de características que fazem de mim uma melhor pessoa, mas que antes, eram uma forma de expiar a minha culpa
  • perdoar (a mim e a outros) o que, na realidade, não tem razão que justifique a necessidade de perdão 

Este processo de lidar comigo própria, teve custos e ganhos. Mais ganhos do que custos.
Então... repita-se a pergunta:
2013 foi assim tão mau?
Foi.
Mas também foi, em muitos aspetos, mais bom do que mau. Porque foi conhecimento. Porque foi crescimento. E crescer, dói.
Tenho, portanto, que balancear o ano de 2013 com referência a tudo o que trouxe. E a todas as pessoas que foram cruciais no processo - a minha mãe, a A.M., o prof. P.C., as minhas filhas e o P.

Que 2014 seja a continuação deste processo.
Que continue a apaziguar-me comigo própria.

Bom 2014!


2 comentários:

Marta MP disse...

Minha Querida!!!

Que 2014 seja um ano cheio de FORÇAS daquelas bué daboas, tás a ver?

;)

Marta

Sarah Vilela Anjos Pereira disse...

Uma fofura... e uma bagunceira.