Biberons e Chupetas

Novembro 2006
Este post vem no seguimento de uma "conversa" com amigas do grupo de gémeos, acerca da altura mais indicada para a "largada de biberons e chupetas". Assim, a minha opinião (e aquilo que vou vivendo com as minhas princesas) é mais ou menos assim...


Em relação ao biberon:
As minhas pequenas deixaram-no bastante cedo... por volta dos 18 meses. Na verdade, elas nunca foram muito amantes de leite... lembro-me de falar sobre isto com o pediatra quando elas tinham 4, 5, 6 meses e ele me dizer que achava que elas recusavam era o biberon e não o leite... e mandou-me experimentar dar o leite com uma colher de café... só que, na realidade, não era muito funcional dar 200ml de leite, a duas bebés, com uma colher de café!... De maneira que mal elas começaram a beber bem a água pelo copo e pela garrafa, quando começaram a ter destreza manual suficiente para segurar num copo sem o entornar ou deixar cair, eu comecei a dar o leite pela caneca! E agora bebem muito bem!... E nunca mais viram um biberon à frente delas! O que facilita muito as coisas - acabaram-se os minutos perdidos a lavar e esterilizar biberons!


Em relação ao leite:
Na consulta dos 12 meses, o pediatra das minhas filhas disse que já poderiam começar a beber leite de pacote... até aí sempre beberam o leite de lata, comprado na farmácia (no nosso caso era o Novalac). Nesta consulta (que já vai há um ano) o pediatra disse que o "leite bom" seria o leite gordo, como o da Agros, mas para eu nem sequer pensar em comprar desses leites "crescimento" e afins, pois era tudo publicidade e não eram mais ricos que os outros (curioso como as opiniões variam de médico para médico, não é?) Ele disse-me que se eu quisesse dar um "leite óptimo", em vez de um "leite bom" deveria continuar com o leite de farmácia por mais um ano!... E assim o fizemos... durante algum tempo, mais precisamente enquanto usaram biberon. Mas como quase não bebiam nada, pareceu-nos um "crime" estar a gastar mais de 10 euros por semana em leite de farmácia, que acabava quase todo na banca da cozinha! E por isso, mudamos para o leite gordo, da Agros. Ora simples, ora com cevada, ora com chocolate... E até agora, tudo tem corrido muito bem!


Em relação à chupeta:
Ai, ai... aqui o assunto é bem mais delicado... mexe com a parte emocional dos nossos rebentos, logo... mexe com a nossa parte emocional!!!
Até aos 18 meses, as minhas filhas andavam sempre com a chupeta agarrada à roupa (com aquelas correntes) e punham e tiravam quando bem lhes apetecia. Excepto no infantário, em que a partir dos 12 meses, mais ou menos, só lhes davam para dormir... e quando eu as ía buscar, elas pediam logo a "pépé" e vinham o caminho todo a chuchar... mas quando começou a aproximar-se o verão eu deixei de lhes dar a chucha mal as ía buscar... tentava distraí-las, levava brinquedos no carro e só se começassem mesmo a chorar é que lhes dava (mas deixei de lhas pôr presas à roupa com a corrente). Quando acordavam de manhã, assim que largassem a chupeta a 1ª vez, eu escondia-as e, lá diz o ditado "longe da vista, longe do coração", como não as viam, não se lembravam tanto delas... e foram-se desabituando de andar sempre com a chucha. A partir de Setembro deixei mesmo de andar com chupetas fora de casa... nem no carro, nem na mochila, nada (a não ser que tenhamos que sair em horas que apanham a sesta delas)! Habituaram-se que a chupeta é só para dormir e só a reclamam nessa altura. Agora, quando acordam, de manhã ou depois da sesta, já sabem que para sairem da cama têm que lá deixar a chupeta! No infantário, elas estão na sala dos 2 anos e a maior parte dos meninos da sala já nem faz a sesta de chupeta... elas são das mais novinhas e ainda a querem para dormir( e desconfio que a vão querer por muito tempo!), mas já disse à educadora delas que se achar que elas ficam bem sem a chupeta, por mim, pode experimentar! (Mas ela também acha que elas ainda não estão preparadas!) .
Quando penso que, qualquer dia destes vamos ter que passar pelo processo da "separação da chupeta" definitivamente... até me dá uma "coisinha má"!... Deve-lhes custar tanto!!! E a nós também... vê-los a sofrer... deve ser muuuuuuuito difícil... mas acredito que tudo há-de correr bem... e acima de tudo, temos que pensar no bem deles(as)!
Deixo-vos aqui partes de um artigo que a educadora das minhas filhas entregou aos pais na reunião de pais, acerca deste assunto... para reflectir:

«Lembre-se que a sucção é um acto instintivo que assegura a sobrevivência do bebé....»
«Na verdade, o chuchar é um comportamento que oferece conforto e segurança, por isso deve ser encarado como uma fase natural do seu desenvolvimento.»
«A maioria das crianças abandona espontaneamente a chupeta por volta do 2º ou 3º ano de vida, mas também pode acontecer que o seu filho se afeiçoe de tal forma à "amiga inseparável" que seja necessário recorrer a algumas artimanhas para o ajudar a deixá-la.»
«...o ideal é mesmo começar a tirar a chupeta antes de o bebé fazer 2 anos, para que, de forma gradual, ele se vá habituando a estar sem ela...»
«Não é boa hora para tirar a chupeta se o pequenote estiver a passar por alguma situação nova, como a entrada na escola, a mudança de casa ou o divórcio dos pais. Para que a retirada não seja traumática, deve obrigatoriamente ser levada a cabo com muitas precauções e sem nunca recorrer a medidas drásticas, que só poderão agravar o problema. (...) Os pais devem ser os 1ºs a dar apoio, a transmitir segurança e respeitar as necessidades dos filhos; por isso, está completamente fora de questão fazer desaparecer a chucha do dia para a noite.»
«Se o seu filho demonstrar um pouco de ansiedade, fizer algumas birras, ou acordar mais vezes durante a noite, não há razão para alarme. Tudo isso é normal e, geralmente, dura pouco tempo.»
«...é natural que até aos 3 anos ele reclame a chupeta para dormir.»
«O uso prolongado da chupeta pode ser altamente prejudicial para a saúde oral do seu filho. Apesar de proporcionar conforto, estimular a sucção e o aleitamento, facilitar a digestão e favorecer a musculatura oral, a chucha compromete a fala da criança e prejudica a estética bocal. (...) A utilização prolongada da chucha produz a deslocação do maxilar superior para a frente, fazendo com que, ao fechar a boca, fique um espaço vazio entre os incisivos superiores e inferiores, que não chegam a juntar-se.»

E assim vos deixo, por agora...

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